Entrevista com Lu Castro, do site Futebol para Meninas
As andanças pelo mundo da comunicação sempre nos reservam gratas surpresas. Uma delas, que aliás costumo falar com alguma constância aqui no Questão de Comunicação, é a Lu Castro. Envolvida com a escrita desde que se conhece por gente, Lu passou parte da carreira na área de Tecnologia da Informação, por incrível que pareça. Mas, decidida a seguir o caminho que realmente queria – escrever – ela batalhou por um espaço, com afinco, determinação e muita humildade.
Muitos textos para seu blog, livros e cursos depois, Lu Castro, aos 38 anos, é hoje uma das redatoras do site Futebol para Meninas (FPM), uma iniciativa pioneira no jornalismo esportivo: um site totalmente dedicado ao futebol para as garotas e feito por garotas. Prova de que o mundo mudou, mesmo, e de que sempre há espaço para quem tem talento, coragem e paciência.
Confira a entrevista!
Questão de Comunicação - Você sempre teve o hábito de escrever?
Lu Castro - Sim, desde que aprendi. É engraçado porque minha primeira redação, lá na primeira série, foi o destaque da sala, porque usei termos não muito comuns, digamos, pra quem estava aprendendo a escrever. Sempre escrevi coisas minhas, o que estava sentindo, essas coisas. Depois de um tempo – pode colocar aí 18 anos, mais ou menos – passei a elaborar melhor meus textos. Mas isso só foi possível por conta da minha leitura. Fui apresentada a Dostoiévski com essa idade, e é inegável que mudou meu jeito de escrever.
QC - Daí para começar a trabalhar no FPM, como tudo aconteceu?
LC - Muita água passou por debaixo da ponte, mas muita água mesmo! Trabalhei em muitos lugares fazendo muitas coisas. De McDonald’s a TI! A oportunidade de participar do site apareceu por conta do meu blog de futebol no OleOle Brasil. O blog foi indicado pelo editor Maurício Teixeira para a idealizadora do Futebol para Meninas, Jaqueline Pedreira. Ela gostou do meu estilo de escrever e me convidou para fazer parte do projeto. Abracei na hora!
QC - Quais os desafios do jornalismo, na sua opinião?
LC - Acho que é formar bons profissionais, sobretudo na mídia escrita. O que se vê de jornalista com nível cultural baixo, cometendo erros de português crassos, é de desanimar.
QC - Como você busca inspiração para escrever?
LC - Em músicas, filmes, livros, que me deem um gancho para o texto que preciso escrever. Sou escritora, então inspiração é um lance bem esquisito, porque muitas vezes ela não aparece. É simples, ela foi dar uma volta e está demorando pra retornar. E quando isso acontece, todo e qualquer texto que você faça, vai te parecer uma grande droga.
QC - Quais as dificuldades na busca por pautas de futebol feminino, por ser um esporte que ainda tem pouca repercussão?
LC - Pauta até que rola, o difícil é encontrar é informação, sobretudo nas Federações. Só consigo informações de alguns campeonatos ou times por blogs, que muitos amantes da modalidade mantém atualizados. Dessa forma, a rede de contato e fontes aumentam bastante, mas, na mídia, só aparece mesmo o que é dos dois grandes centros, e ainda é bem pouco. No caso de São Paulo, por exemplo, os portais só divulgam notícias do Santos, por ter um time feminino bem mais estruturado. Há um público ávido por informação, meninas loucas por um espaço e pessoas que lidam com futebol feminino que carecem de atenção. Mesmo que você se esforce para mostrar os pequenos, há uma certa insistência em manter o foco nos “grandes”, por conta do público maior ser voltado para os “grandes”. O que nos pauta muitas vezes, é a audiência.
QC - Como você imagina o futebol feminino daqui a dez anos, por exemplo?
LC - Há muito espaço para crescer e muito assunto pra ser tratado. Eu tenho esperança, sabe? Acredito mesmo que em menos de 10 anos, alguém vai botar a mão na consciência e tratar as meninas do futebol como profissionais.
QC - Que momentos você destacaria como mais marcantes do seu trabalho?
LC - O atual momento. Em menos de um ano, estou fazendo exatamente o que gosto, trabalhando na redação do Lance!, aumentando minha rede de relacionamento profissional, conhecendo pessoas batalhadoras, acompanhando jogos do campo. Nesse aspecto, tive grandes experiências. Uma delas foi a cobertura da primeira edição da Taça Libertadores da América de futebol feminino. Acompanhei os jogos, e vi a conquista do Santos, a torcida realmente vibrou com cada jogada da fantástica Marta. Enfim, são muitas realizações na minha vida.
QC - Você também escreve em sites e tem um blog. A "internet" é a sua praia?
LC - Gosto da internet porque, por meio dela, fiz amigos, conquistei espaço fazendo o que gosto, consigo atingir mais pessoas com minhas opiniões e ideias, absorvo também bastante coisa interessante. Porém, a internet é terra de ninguém. Pessoas dizem o que querem porque se protegem atrás de uma tela de computador e isso é triste. Gosto da agilidade e do imediatismo da rede, mas sonho em ver meu nome assinando alguma coluna de jornal. Quem sabe um dia?
QC - Além do futebol, quais outros assuntos fazem parte do seu dia a dia?
LC - Filhas, pais, irmãos, meus cães, marido, amigos. Engraçado você perguntar isso! Há pouco tempo, descobri Hunter Thompson e confesso que o invejo por ter podido escrever do modo como ele escrevia e sinto muita falta de poder dar uma varrida no lixo que tenho escondido debaixo do tapete da minha cabeça, sabe? Meus pensamentos, minha visão do mundo, das pessoas, dos acontecimentos, atitudes ou até mesmo da minha vida, fazer um apanhado, uma reflexão. Mas não tenho conseguido. Pretendo voltar a escrever minhas crônicas, meu olhar de cronista está perdido por enquanto.
Acompanhe também no twitter: @futebolmeninas
quarta-feira, 17 de março de 2010
sábado, 13 de março de 2010
Mídias sociais constroem memória
Em minhas andanças pelo twitter, li uma troca de mensagens entre dois amigos - Carlão Carbone e Alexandre Aníbal - e lembrei que os dois são, além de pessoas super bacanas, excelentes exemplos de como as tais das mídias sociais, quando levadas a sério, trazem à tona grandes talentos.
No canal do Carlão no Youtube, você encontra um monte de vídeos de partidas de futebol da série A2 do Paulistão, Copa Paulista, Série B do Brasileirão, entre outros campeonatos da linha "Alternativa", que não integram o glamour das divisões principais (embora haja controvérsias...).
Além do registro pessoal, o Carlão também ajuda, de forma direta, a construir parte da memória do futebol. São documentos, registrados em vídeo, que guardarão momentos importantes, ainda que de campeonatos sem tanta visibilidade. E, na maioria das vezes, essas iniciativas começam de forma despretensiosa. No caso do Carlão, foi e continua assim. "Faço isso desde maio 2009. Comecei por vontade de fazer algo a ligado ao futebol, a convite de um amigo", me disse ele.
Quanta coisa pode ser registrada com dados coletados in loco! Por isso, sempre gosto de indicar blogs e sites de amigos meus que primam por um trabalho sério - ainda que o façam por hobby, por exemplo.
Já o Aníbal está terminando a pós-graduação em jornalismo esportivo e a graduação em radialismo, tem o espírito de cronista e comentarista na veia, certamente. Ele tem o blog Um tal de Futebol, em que relata jogos e fatos histórico desse esporte. Vale muitíssimo a pena a visita: registros muito interessantes.
Um beijo,
Regina
No canal do Carlão no Youtube, você encontra um monte de vídeos de partidas de futebol da série A2 do Paulistão, Copa Paulista, Série B do Brasileirão, entre outros campeonatos da linha "Alternativa", que não integram o glamour das divisões principais (embora haja controvérsias...).
Além do registro pessoal, o Carlão também ajuda, de forma direta, a construir parte da memória do futebol. São documentos, registrados em vídeo, que guardarão momentos importantes, ainda que de campeonatos sem tanta visibilidade. E, na maioria das vezes, essas iniciativas começam de forma despretensiosa. No caso do Carlão, foi e continua assim. "Faço isso desde maio 2009. Comecei por vontade de fazer algo a ligado ao futebol, a convite de um amigo", me disse ele.
Quanta coisa pode ser registrada com dados coletados in loco! Por isso, sempre gosto de indicar blogs e sites de amigos meus que primam por um trabalho sério - ainda que o façam por hobby, por exemplo.
Já o Aníbal está terminando a pós-graduação em jornalismo esportivo e a graduação em radialismo, tem o espírito de cronista e comentarista na veia, certamente. Ele tem o blog Um tal de Futebol, em que relata jogos e fatos histórico desse esporte. Vale muitíssimo a pena a visita: registros muito interessantes.
Um beijo,
Regina
entrevistas chegando...
Para dar continuidade à série de entrevistas, já estou preparando novos materiais. Aguardem que vem coisa bem bacana!
Enquanto isso, visitem os posts com as entrevistas já publicadas! Tem um bom material sobre a área de Relações Públicas, Jornalismo e até Direito. Confiram e, claro, comentem!
Um beijo,
Regina
Enquanto isso, visitem os posts com as entrevistas já publicadas! Tem um bom material sobre a área de Relações Públicas, Jornalismo e até Direito. Confiram e, claro, comentem!
Um beijo,
Regina
sexta-feira, 12 de março de 2010
Descarte do lixo eletrônico
Embora não seja um assunto diretamente ligado à comunicação, acho importante falar, porque é um tema super em alta e debatido atualmente. Como descartar o lixo eletrônico? Pois o Brasil está mais próximo de estabelecer uma lei a respeito, que determinará as obrigações dos fabricantes. Finalmente.
No texto do blog do caderno Link, do Estadão - Como jogar fora - você confere o texto na íntegra. É importante lembrar que, não só fabricantes e fornecedores serão responsáveis por esse descarte, mas o consumidor - ou seja, eu, você e todos nós que trocamos de aparelhos com frequência - teremos de cuidar desse destino final.
Vale a pena ler!
No texto do blog do caderno Link, do Estadão - Como jogar fora - você confere o texto na íntegra. É importante lembrar que, não só fabricantes e fornecedores serão responsáveis por esse descarte, mas o consumidor - ou seja, eu, você e todos nós que trocamos de aparelhos com frequência - teremos de cuidar desse destino final.
Vale a pena ler!
terça-feira, 9 de março de 2010
Relações Públicas: o desafio de construir e disseminar
Embora seja um tema muito tratado nas publicações especializadas, gosto muito de falar sobre a importância do profissional e da área de Relações Públicas. Não apenas para a empresa, para a preservação e reforço da imagem institucional, mas como uma atuação fundamental para qualquer área de comunicação. Por isso mesmo, defendo que considerar profissionais com formações distintas – jornalismo, marketing, RPs etc – ao meu ver, é o que faz uma área de Comunicação plural, forte e influente, com múltiplas visões e com muito mais potencial para inovar.
Por isso, apresento aqui, em mais uma das nossas entrevistas do Questão de Comunicação, a visão da profissional Carla Vicentini, atualmente da área de Comunicação Interna do banco ibi, adquirido em 2009 pelo Bradesco. Formada em Relações Públicas pela Cásper Líbero, ela nos conta sobre sua experiência profissional e suas aspirações.
Tive a oportunidade única de conviver com a Carla profissionalmente e hoje, além de uma profissional que admiro, é uma amiga. Por isso, agradeço pela gentileza em ceder essa superentrevista para o blog. Confira!
Por que escolheu a área de Relações Públicas?
Seguindo os comentários de amigos e professores, busquei orientações sobre profissões na área de Comunicação (os comentários eram: "você é tão comunicativa!" ou então "você é tão extrovertida, porque não faz artes cênicas?"). A princípio, optei pelo Jornalismo. Porém, ainda não estava à vontade com a escolha, porque gosto muito e tenho facilidade para escrever, contudo escrever para mim é só quando tenho vontade. Além disso, preciso de inspiração, o que pode demorar algumas horas para "aparecer". Então, finalmente, uma amiga que havia entrado no curso de Relações Públicas da Cásper Líbero, me convidou para assistir uma aula e foi aí que vislumbrei a solução de meus problemas: as Relações Públicas me permitiriam a comunicação face a face, a comunicação com o funcionário (que adoro!), e o relacionamento com a liderança. A presença do outro no meu dia a dia é muito importante, pois gosto de observar o andamento dos resultados das ações de comunicação, de acompanhar o processo do receptor da mensagem.
Quais as mudanças mais fortes que você tem observado na área?
Tenho uma visão otimista do mercado; observo a integração cada vez mais forte nas empresas e nas agências dos diferentes setores da Comunicação: RP, Jornalismo e Publicidade-Marketing. Isso faz com que nosso setor (somos peixes diferentes, mas todos da mesma água!) se fortaleça perante o mercado e conquiste cada vez mais seu espaço, valorizando a profissão e reforçando que a Comunicação é dos comunicólogos! Contudo, muitas empresas entram na onde dessa integração querendo em um único profissional as três profissões, fazendo com que a tal essência se perca.
Como você vê a integração entre RP e Jornalismo, especialmente no âmbito empresarial?
A integração das profissões só traz conquistas para o setor. Mas é preciso que nós mesmos, seja qual for a especialidade no setor da Comunicação, deixemos de lado o egoísmo de que "é tudo nosso". Isso pode ser uma herança que trouxemos de quando a Comunicação ainda engatinhava dentro das empresas e víamos engenheiros, economistas e psicólogos querendo comunicar com números e treinamentos, com uma linguagem técnica e pouco "comunicativa". Hoje, temos muito de nosso espaço conquistado e valorizado. Se somos todos da "mesma água", porque não compartilhar e trocar experiências? A Comunicação é um setor como qualquer outro. Você já viu no Financeiro apenas economistas, ou em TI apenas tecnólogos?
As empresas têm dado mais importância à comunicação?
Sou otimista, mas minha mãe me ensinou a pisar no chão! (risos)
A área tem conquistado seu espaço nas empresas, contudo, ainda há outras etapas a vencermos. Hoje, por exemplo, justificamos os investimentos em comunicação, mas, infelizmente, ainda vemos no mercado situações em que os funcionários não estão alinhados com as ações de marketing. Isso afeta o orgulho de pertencer que, por sua vez, afeta a produção que, por sua vez, afeta as vendas. Daí, como justificar as ações de marketing? Aqui, vemos uma falha em um processo básico da comunicação, que é o endomarketing/ comunicação interna, que implica todo o ciclo da comunicação. Isso pode acontecer quando a comunicação não tem seu devido valor ou importância na empresa ou quando uma área - no caso, o marketing, se sobrepõe ao todo – no caso, a comunicação interna. Assim, mais uma vez reforçamos a importância da integração das áreas da Comunicação.
Como você imagina a atividade do relações públicas em médio prazo (daqui 5, 10 anos) no Brasil?
Acredito que o mercado e os profissionais continuarão conquistando progressivamente mais espaço nas empresas e na importância para o negócio. Também não podemos deixar de lado a questão acadêmica. Felizmente, encontramos excelentes professores na academia e isso contribui imensamente para a qualidade de profissionais.
Qual seu maior sonho como RP?
É um sonho ainda em construção, mas que está ganhando forma: minha agência de comunicação com foco no setor de cultura e entretenimento. A ideia começou com o projeto de conclusão de curso para a faculdade, que desenvolvemos (o trabalho era em grupo) para o
Museu de Arte Moderna de São Paulo. A proposta da minha agência é trabalhar especialmente para empresas e instituições do setor, como museus, centros culturais etc., mas também para empresas dos diferentes segmentos, porém buscando sempre reforçar a questão cultural e artística. Observo grande oportunidade em despertar o interesse pela arte no Brasil. Temos aqui tanta coisa interessante, importante e bem feita, mas pouco valorizada pela sociedade. Acredito no potencial de nosso país como polo cultural, além do futebol e do samba.
Por isso, apresento aqui, em mais uma das nossas entrevistas do Questão de Comunicação, a visão da profissional Carla Vicentini, atualmente da área de Comunicação Interna do banco ibi, adquirido em 2009 pelo Bradesco. Formada em Relações Públicas pela Cásper Líbero, ela nos conta sobre sua experiência profissional e suas aspirações.
Tive a oportunidade única de conviver com a Carla profissionalmente e hoje, além de uma profissional que admiro, é uma amiga. Por isso, agradeço pela gentileza em ceder essa superentrevista para o blog. Confira!
Por que escolheu a área de Relações Públicas?
Seguindo os comentários de amigos e professores, busquei orientações sobre profissões na área de Comunicação (os comentários eram: "você é tão comunicativa!" ou então "você é tão extrovertida, porque não faz artes cênicas?"). A princípio, optei pelo Jornalismo. Porém, ainda não estava à vontade com a escolha, porque gosto muito e tenho facilidade para escrever, contudo escrever para mim é só quando tenho vontade. Além disso, preciso de inspiração, o que pode demorar algumas horas para "aparecer". Então, finalmente, uma amiga que havia entrado no curso de Relações Públicas da Cásper Líbero, me convidou para assistir uma aula e foi aí que vislumbrei a solução de meus problemas: as Relações Públicas me permitiriam a comunicação face a face, a comunicação com o funcionário (que adoro!), e o relacionamento com a liderança. A presença do outro no meu dia a dia é muito importante, pois gosto de observar o andamento dos resultados das ações de comunicação, de acompanhar o processo do receptor da mensagem.
Quais as mudanças mais fortes que você tem observado na área?
Tenho uma visão otimista do mercado; observo a integração cada vez mais forte nas empresas e nas agências dos diferentes setores da Comunicação: RP, Jornalismo e Publicidade-Marketing. Isso faz com que nosso setor (somos peixes diferentes, mas todos da mesma água!) se fortaleça perante o mercado e conquiste cada vez mais seu espaço, valorizando a profissão e reforçando que a Comunicação é dos comunicólogos! Contudo, muitas empresas entram na onde dessa integração querendo em um único profissional as três profissões, fazendo com que a tal essência se perca.
Como você vê a integração entre RP e Jornalismo, especialmente no âmbito empresarial?
A integração das profissões só traz conquistas para o setor. Mas é preciso que nós mesmos, seja qual for a especialidade no setor da Comunicação, deixemos de lado o egoísmo de que "é tudo nosso". Isso pode ser uma herança que trouxemos de quando a Comunicação ainda engatinhava dentro das empresas e víamos engenheiros, economistas e psicólogos querendo comunicar com números e treinamentos, com uma linguagem técnica e pouco "comunicativa". Hoje, temos muito de nosso espaço conquistado e valorizado. Se somos todos da "mesma água", porque não compartilhar e trocar experiências? A Comunicação é um setor como qualquer outro. Você já viu no Financeiro apenas economistas, ou em TI apenas tecnólogos?
As empresas têm dado mais importância à comunicação?
Sou otimista, mas minha mãe me ensinou a pisar no chão! (risos)
A área tem conquistado seu espaço nas empresas, contudo, ainda há outras etapas a vencermos. Hoje, por exemplo, justificamos os investimentos em comunicação, mas, infelizmente, ainda vemos no mercado situações em que os funcionários não estão alinhados com as ações de marketing. Isso afeta o orgulho de pertencer que, por sua vez, afeta a produção que, por sua vez, afeta as vendas. Daí, como justificar as ações de marketing? Aqui, vemos uma falha em um processo básico da comunicação, que é o endomarketing/ comunicação interna, que implica todo o ciclo da comunicação. Isso pode acontecer quando a comunicação não tem seu devido valor ou importância na empresa ou quando uma área - no caso, o marketing, se sobrepõe ao todo – no caso, a comunicação interna. Assim, mais uma vez reforçamos a importância da integração das áreas da Comunicação.
Como você imagina a atividade do relações públicas em médio prazo (daqui 5, 10 anos) no Brasil?
Acredito que o mercado e os profissionais continuarão conquistando progressivamente mais espaço nas empresas e na importância para o negócio. Também não podemos deixar de lado a questão acadêmica. Felizmente, encontramos excelentes professores na academia e isso contribui imensamente para a qualidade de profissionais.
Qual seu maior sonho como RP?
É um sonho ainda em construção, mas que está ganhando forma: minha agência de comunicação com foco no setor de cultura e entretenimento. A ideia começou com o projeto de conclusão de curso para a faculdade, que desenvolvemos (o trabalho era em grupo) para o
Museu de Arte Moderna de São Paulo. A proposta da minha agência é trabalhar especialmente para empresas e instituições do setor, como museus, centros culturais etc., mas também para empresas dos diferentes segmentos, porém buscando sempre reforçar a questão cultural e artística. Observo grande oportunidade em despertar o interesse pela arte no Brasil. Temos aqui tanta coisa interessante, importante e bem feita, mas pouco valorizada pela sociedade. Acredito no potencial de nosso país como polo cultural, além do futebol e do samba.
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