Digo "pode ser" porque há uma série de fatores envolvidos nessa relação, a saber:
1) Perfil do profissional da empresa (responsável por comunicação)
2) Estilo de trabalho do prestador de serviço
3) Cultura da organização (sempre um desafio!)
4) Tipo de produtos (veículos, campanhas, atendimento in company etc)
Certamente, há outros tópicos a serem listados, mas me atenho nesses por considerar que são os mais determinantes no desenrolar da relação cliente e agência. Vamos falar de cada um deles, então. Afinal, o jeito como cada profissional (jornalista, RPs, marketing etc) lida com esses itens é que orientará o relacionamento. Let's go!
Perfil do profissional da empresa
A área de comunicação ainda não tem um perfil específico como o de finanças, jurídico, marketing. Muitas vezes, nos deparamos com profissionais de Recursos Humanos, Marketing e, claro, Relações Públicas e Jornalismo, cuidando da comunicação corporativa.
É importante ter isso bem claro, porque a formação profissional tem estreita ligação com a postura e a visão do funcionário sobre o assunto - e uma tendência a determinados assuntos. O papel do prestador de serviço é justamente trazer o contraponto e buscar a harmonização das notícias internas, por exemplo, respeitando o perfil do cliente (funcionário).
Estilo de trabalho do prestador de serviço
Existem agências e agências. Embora o cliente espere (com razão) que a empresa contratada execute o trabalho conforme a cultura da organização, há de se levar em conta que a agência também tem sua própria cultura. Isso significa, no início, uma relação de tolerância e adaptação, até que a empresa entenda o fluxo da agência e vice-versa e se atinja um denominador comum (sim, isso é possível!). Lembrando que é uma relação de parceria. Difícil, cheia de nuances, mas é assim mesmo. Afinal, só o tempo faz com que as pessoas se conheçam verdadeiramente.
Cultura da organização
Aqui é o trabalho mais árduo do prestador de serviço: entender, absorver e incorporar, na medida certa, a cultura da empresa, seus valores, missão, estilo, como se estrutura, sistema hierárquico, como se processa a comunicação interna e as mensagens "intuitivas" (se a empresa exige formalidades desde vestuário, por exemplo, já é um sinal claro de como funciona internamente e isso deve ser compreendido e respeitado). Por outro lado, nessa dança das cadeiras do atendimento, a parte boa é que fica mais fácil se adaptar a uma ou outra cultura, seja ela mais flexível ou rígida.
Reforço que não existe certo nem errado, mas culturas de uma forma ou de outra. O papel do profissional de comunicação que vai prestar serviços a uma organização é entender e ser parceiro, conforme o cenário estabelecido. As mudanças podem acontecer conforme o nível de confiança entre as duas partes.
Tipo de produtos (veículos, campanhas esporádicas/fixas, atendimento in company etc)
Ou seja, conforme o contrato firmado, há um nível maior ou menor de interferência da agência no dia-a-dia da empresa. Isso quer dizer: se a agência vai cuidar de toda a comunicação interna, por exemplo, certamente terá um contato muito mais denso com os funcionários (seja para entrevistas, aprovação de materiais, coleta de informações, pesquisas etc). Isso facilita e agiliza, sem dúvida, o relacionamento cliente-agência. Por outro lado, também é possível estabelecer uma parceria com base na confiança, mesmo com uma produção limitada. A diferença é que vai levar mais tempo e exigirá maior paciência de ambas as partes.
O importante é que as pessoas pensem nessa relação como uma parceria, não como uma hierarquia, em que cada profissional colabora para que a comunicação seja eficiente, estratégica (sim, é clichê! rs...) e, acima de tudo, desenvolva e reforce, cada vez mais, a importância do relacionamento humano nas organizações.
Até a próxima!
Um abraço,
Regina
Um comentário:
É, Rê, a comunicação corporativa ainda tem longos passos, espero eu que sejam dados por pessoas com uma visão clara e direta como a sua.
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